Feira Popular

Fiz um pequeno beicinho, retirando um pouco de algodão assim que me ofereceu. Esperei que segurasse o algodão para a pegar ao colo, tipo saco de batatas.
- Quem é o rato agora?

Pegou em mim tipo saco de batatas. - Oh Adam, mete-me no cão. - bati-lhe nas costas enquanto me ria. - És um rato! - continuei a gozar com ele.

Abanei a cabeça.
- Ai podes crer que não meto.- ri-me.- sou o quê? - fingi-me despercebido, continuando a andar com ela ao colo.

- Seu feio, estúpido, mete-me já no chão. - guinchei. - És um rato! - exclamei.

- Ai eu sou isso tudo? - inquiri.- agora é que vais ficar aqui para sempre.- soltei uma gargalhada maléfica.

- Claro que és! - reclamei. - Mete-me no chão, por favor. - pedi, quase implorando.

Acabei por colocá-la no chão.
- Não o devia ter feito.- resmunguei, rindo.

- Devias sim. - dei-lhe um murro no braço, mesmo sabendo que não lhe causaria danos. - És mesmo estúpido. - resmunguei, ajeitando o cabelo.

Levei a mão ao braço, fingindo que ela me tinha aleijado.
- Au! - queixei-me.- além de me aleijares, feriste os meus sentimentos.- dramatizei, tentando não rir.

- Pois pois. - disse, indiferente ao que ele estava a dizer. - Coitadinho, para a próxima é pior! - ameacei-o.

Ri-me.
- Vá, não fiques assim.- beijei a sua bochecha.

- Onde me vais levar a andar? - olhei em redor, desviando o olhar dele depois daquele beijo constrangedor.

Encolhi os ombros, percebendo que secalhar não fora muito boa ideia ter-lhe dado aquele beijo.
- Onde quiseres andar.- disse.

Assim que cheguei, fui até a uma barraquinha onde vendiam algodão doce. Saltei quando senti alguém tocar-me na cintura - Gaja! - ri-me e virei-me para a Vicky - Por aqui? - ela assentiu - Sabes que não perco a farra. Anda. - puxou-me pela mão até ao sitio dos jogos.

Quando lá cheguei, fui ver se havia alguma coisa de jeito.
Fui buscar um hamburguer com carne a sério e rumei até à zona dos jogos.
Estava lá imensa gente e mal conseguia movimentar-me.

A Vicky tinha vindo com carradas de amigos, mas deixou-me logo sozinha com um. Revirei os olhos quando a vi sorrir toda contente. Puxei-a pelo braço - Não o vou comer escusas de estar a apresentar-me aos gajos todos. - ela fez uma careta - Credo. Desde que bateste com a cabeça que ficaste toda santa.

Finalmente cheguei à zona dos jogos e reparei que Jade também lá estava.
Indireitei o meu boné mas hesitei quando a vi com a amiga dela. Não queria drama.

Revirei os olhos e pus-me a falar com o rapazinho. Pedi-lhe para me dar uns minutos e vi-me livre dele, indo comprar uma garrafa de água.

Fui jogar bilhar como costumava ser costume e fiquei a mirar Jade de longe, pensando no que o suposto pai dela me tinha pedido para fazer. Não, tira essa ideia estúpida da cabeça, tu não a vais matar.

Ia voltar para perto de eles todos com a garrafa de água na mão quando vi o Jev a jogar bilhar. Acenei-lhe com a cabeça e sorri ligeiramente continuando o meu caminho.

Ela reparou em mim e sorriu-me.
Retribui o sorriso meio nervoso e continuei a jogar.

Quando voltei para junto da Vicky e dos amigos, ela obrigou-me a fazer equipa com o outro rapaz nos matraquilhos.

Decidi ir para a zona dos jogos, para uma das máquinas, que ficava muito perto de onde Jade estava.

Quando acabámos um jogo, peguei numa das gajas pelo braço e coloquei-a no meu lugar. Afastei-me deles e fui taé à máquina onde o Jev estava - Começo a pensar que me andas a seguir. - sorri.

-A seguir-te? - ri-me assim que Jade parou ao lado da minha máquina - Isso deveria eu pensar, eu passo cá a vida.