Ruas

Arqueei também o sobrolho.
- E se eu não quiser dormir contigo? - provoquei.

Olhei a estrada.
- Ia quase batendo, agora. - resmunguei, pisando o travão. - Não queres?

Soltei um guincho ao sentir o carro travar de forma brusca.
- Olha para a estrada.- resmunguei.- e sim, eu vou...

Olhei-a quando o carro parou num semáforo.
- Tu é que me distraiste com essa de não dormires comigo.
Fiz beicinho.

Sorri, beijando-o muito rapidamente.
- Eu durmo, mas agora olha a estrada...- disse, ajeitando-me no banco.

Sorri.
- Acho bem.
Arranquei, conduzindo até ao colégio.

entrada.

Fui a casa deixar Peter e aproveitei a jantei lá.
Aproveite também para tomar um banho e mudar de roupa, para ir sair. Hoje ia sair, precisava de conhecer novas pessoas e quem sabe ainda podia ganhar a noite.
Conduzi até à discoteca.

Ri-me, pegando na sua mão.
- Viva a pressa.- gargalhei.
Saímos do seu quarto, bem como do colégio.

Ri-me.
- Vamos a pé?

Assenti.
- Estás a precisar de emagrecer.- gozei.
Entrelacei os meus dedos nos seus.

Abri a boca, indignado.
- És mesmo má.

Aproveitei que me olhava e roubei-lhe um beijo.
- Também te amo.- fiz uma careta.
Rodeei a sua cintura com um braço, caminhando a seu lado.

Ri-me.
- Que parva. - brinquei.
Parei.
- Andas às cavalitas.

Ri-me.
- Tu gostas tanto de mim assim.- disse convencida.
Subi às suas cavalitas.
- Amo-te.- sussurrei ao seu ouvido.

Agarrei-a pelas pernas, sorrindo.
- Eu sei. Também me amo. - brinquei.
Comecei a caminhar.

jardim

Caminhei lentamente pelas ruas, sempre com o casaco vestido para ninguém ver a nódoa negra que tinha por baixo do mesmo.
Fui na direcção do hospital , fazendo algumas paragem pelo caminho visto que não tinha energia suficiente para o fazer todo de seguida.

Depois de uma semana fechado no mesmo quarto de hotel decidi finalmente sair e apanhar um pouco de ar. Caminhei sem destino, com as mãos nos bolsos até que vi uma coisa que me chamou a atenção. Uma rapariga parecidissíma com a Philippa, grávida também só que muitas vezes mais magra. Esfreguei os olhos com força para ter a certeza que estava a ver bem.

Fiz mais uma paragem junto a um banco de jardim. Ainda faltava bastante para o hospital e depois tinha de regressar para casa... Sentei-me um pouco e bebi um pouco da água que tinha comigo.

Continuei a andar e observei-a, desta vez mais de perto. Sem dúvida alguma era ela. Cocei a cabeça completamente à nora e sem ter a mínima ideia do que fazer. Sinceramente ainda não queria falar com ela mas estava preocupado com a sua saúde e a da minha filha.

Guardei a garrafa de água na mala, levantando-o e olhando em volta, até que uma senhora idosa me veio interrogar sobre o bebé. Estive um bocadinho a falar com ela, até que ela notou que durante aquele tempo eu não esboça nenhum sorriso, simplesmente não consiga. Arranjei uma desculpa, dizendo que tinha presa e continuei a caminhar em direcção ao hospital.

Estive algum tempo parado sem saber o que fazer mas acabei por começar a correr atrás dela. Quando a alcancei toquei-lhe ao de leve no braço e mordi o lábio com força.

Senti alguém me tocar e pensei que fosse a mesma senhora idosa, quando me virei deparei-me com Matt. Voltei a olhar em frente sem deixar de caminhar.

-Nem me vais dizer como está a minha filha? - voltei a puxá-la para que ela parasse e olhasse para mim. Olhei-a de alto a baixo e arrepiei-me de a ver tão magra.

Olhei de relance, deixando depois o meu olhar no chão. não conseguia olhar para ele. - Talvez vá agora ao médico. - respondi num tom frio.

-E porque é que não andas a comer? - perguntei muito diretamente - Estás com intenções de matar a nossa bebé?