Prisão

Sentei-me na cadeira ao seu lado por obrigação. Pouco tempo depois chegaram dois homens fardados e levaram-nos cada um para a sua sala de interrogação. Deitei um olhar a Ariel salientando que continuava amuado.

Quando ele me olhou revirei os olhos e deitei-lhe um ar de: pára com isso indo para a sala que me indicavam.
-Nome. - pediram e eu quando me sentei levantei uma sobrancelha.
-Não digo, oh - resmunguei mas com um olhar intimidador o homem lá me conseguiu arrancar o nome e os meus documentos todos.

Bufei de tédio. - Não era esta o tipo de adrenalina que eu pedia - revirei os olhos. Depois de algum tempo e jeito de persuasão da parte deles, ficaram a saber toda a minha informação bem como os meus ideais. Depois levaram-me para mais uma sala onde encontrei Ariel uma outra vez.

-Ainda estás amuado? - perguntei a Aiden visto que ele já estava de novo ao meu lado. - Não fiques chateado comigo - pedi virando-lhe a cara para mim, para que ele me olhasse. - Isso não vai dar em nada. - olhei a sala - o que é que nos vão fazer agora?

Encolhi os ombros. - Talvez - suspirei olhando-a. Pus os pés na cadeira rodeando as pernas com os braços, ficando assim aninhado. - Isso eu sei que não vai - torci a boca. - Não sei - encolhi os ombros. - O teu pai não nos vem buscar? - abri as narinas continuando de pé atrás.

-Então se sabes não fiques assim - pedi colocando a minha mão em cima do seu ombro. Olhei em volta para ver se via alguém, mas estávamos sozinhos. - Vem, quando me deixarem ligar para ele. - resmunguei - ele não te vai fazer nada, vai ficar é todo lixado comigo.

- Desculpa - pedi beijando a sua mão e agarrando entrelaçando os nossos dedos. - Oh, mas a culpa é minha - disse. - Tecnicamente fui eu que te levei ao indiano - encolhi os ombros.

Sorri quando beijou a minha mão e a entrelançou na dele e encostei a cabeça ao seu ombro.
-Porque eu pedi, deixa lá, não te culpes tanto - encolhi os ombros - daqui a pouco já estamos no colégio.

Beijei a sua testa. - Oh que emoção que é voltar para o colégio - revirei os olhos. - Deviamos era fazer uma viagem ou assim - começei a inventar. O policia entretanto chegou e deu um telefone à Ariel como antes prometido, foi pena era ter de esperar tanto por um telefone.

-Não é emoção nenhuma mas é melhor que estar aqui não é? - perguntei brincando com as nossas mãos. Quando me vieram dar o telefone levantei-me e fui chamar o meu pai. Quando o consegui acalmar ele disse que me vinha buscar. - yay, vamos sair daqui - resmunguei agarrando-lhe na mão e puxando-o com cuidado para fora dali.

Concordei com a cabeça. - yay - imitei-a mas num tom mais enjoado elevando os braços. - Podiamos fazer um interrail - insisti na ideia da viagem. - Isso sim era fixe - imaginei-me.
Saímos do estabelecimento prisional, e entrámos dentro dum carro escuro com os vidros fumados.

-Não era mal pensado- levantei uma sobrancelha assentindo - tu queres muito? - perguntei olhando-o. Respirei fundo quando vi o carro do meu pai a conversar com um polícia e ambos entrámos no banco de trás.
-Hmm. Olá pai - fiz uma careta enquanto punha o cinto.
-Olá aos dois - disse ele arrancando depois de ter acabado de falar com a polícia. Felizmente, tal como eu suspeitava ele só ia falar comigo em casa, por isso foi durante a viagem toda calado.

Assenti. - Quero - fiz aquela cara de menino numa loja de doces. - Olá - proferi secamente ao pai de Ariel. Chegámos ao colégio e o pai dela parou o carro à porta do mesmo. Ficou a olhar Ariel e percebi que estava a mais. - Eu espero por ti lá fora - sai do carro a coxear e esperei por ela sentando nas escadas.

Suspirei pesadamente quando Aiden saiu do carro e olhei para o meu pai.
-Não me mates - pedi fazendo uma careta.
-Ariel, porque é que andas a fazer só porcarias? - perguntou-me e eu encolhi os ombros fazendo-o suspirar. - Tu sabes que se continuares a fazer coisas deste tipo perco a tua guarda e vais ter com a tua mãe? - abanei a cabeça -queres ir ter com ela?
-Não! - disse logo.
Então cuidado com o fazes. - assenti - vai lá embora e comporta-te. - sai do carro e fui ter com Aiden sentando-me ao lado dele.

Olhei-a. - Então como correu? - perguntei tentando não ser demasiado óbvio. - Ele gritou muito contigo? - puxei-a para mim.

Sorri encostando-me a ele e abanei a cabeça.
-Não, disse para eu ter juízo porque se fizesse muita asneira ia ter que ir viver com a minha mãe, coisa que eu não quero - encolhi os ombros. - nada de mais. - olhei para ele - A sério Aiden vai ver essa ferida a um hospital e se tens uma hemorragia interna? - perguntei preocupada.

- Porque não queres viver com a tua mãe? - procurei saber. - Uma hemorragia quê? - arregalei os olhos. - Não sabia que sabias tanto assim de medicina - mostrei-me surpreendido.