Ruas

Assenti e virei para a rua que ele tinha eleito. Havia um casal que tinha uma filha loirinha com alguns três ou quatro anos, ela correu no nosso sentindo e no sentido oposto aos pais tombando no meio da estreita rua. Ouvia-se o choro da criança e os pais nem se voltaram para ver o que se tinha passado, aproximei-me da menina pequena e peguei nela ao colo.- Fizeste doidoi? - inquiri colocando uma mecha de cabelo atras da sua pequena orelha, ela negou , passando alguns minutos o pai da criança arrancou-ma nos braços e colocou-a no carrinho com alguma brusquidão. – Oiça lá tenha cuidado com a sua filha - ripostei vendo a pequena a ser colocada de uma forma bruta.
-Ouve lá miudinha mete-te na tua vida. – cerrei o maxilar para não dizer mais nada antes que fosse mal educada.
- Tenha uma boa noite. – Mumurei e fiz uma careta á menina pequena fazendo ela rir-se. – Cabrão – murmurei mal virei as costas. Olhei novamente para trás para ver o que estavam a fazer mas a rua estava vazia. Continuei a andar até encontrar uma gelataria e um supermecado. – Oh boa, estão fechados – sorri apenas.

Olhei o telemóvel para ver as horas. - Pois, já é tarde... - fiz uma careta. Avistei um bar com alguns rapazes e poucas raparigas cá fora. - Queres ir ali?

Assenti apenas seguindo-o para o tal bar. Entrei normalmente, todo este cheiro , todo este ambiente era meu conhecido de anos anteriores, mas neste momento prefiro saber que o que se passou não vai voltar a acontecer por dois motivos óbvios. Um deles é bem claro, vou manter sempre o controlo. Os mesmos erros não se repetem...acho que era uma burrice...

Conduzi até à parte mais coberta da cidade que era onde se situavam as moradias e alguns apartamentos - Quando vires alguma que gostes diz. - a minha atenção às casas não era a cem por cento pois estava a conduzir.

Observamos as mais diversas vivendas, apartamentos e algumas ainda em construção. - Bem, primeiro... que tipo de casa queres? - perguntei, quando passamos por uma grande vivenda.

-Eu sempre fui mais fã de vivendas. Não precisa de ser uma coisa muito grande pois convém que deixemos algum dinheiro de parte para alguma eventualidade. Um espaço acolhedor com alguns quartos e um jardim bonito para as crianças correrem. - sorri para comigo mesmo quando acabei de falar pois apesar de nunca ter pensado em ter filhos era incrível como eu sabia o que dizer.

- Parece que temos a mesma opinião. Agora só nós falta encontrar a vivenda perfeita. - sorri, passamos uma muito bonita, mas por nosso azar infelizmente estava habitada. Andamos mais um pouco onde vimos duas totalmente diferentes, mas por sinal muito bonitas. - Olha estas. - disse, apontando para duas vivendas de lados opostos da rua.

Vivendas: 1 e 2

Encostei o carro junto à berma da estrada e olhei as duas vivendas que por sorte estavam desabitadas - Gosto bastante destas. - olhei-as melhor - Agora é só escolher a que gostas mais princesa. - sorri-lhe.

Olhei mais detalhadamente as duas vivendas, mas gostava das duas, por isso era difícil escolher apenas uma. - Escolhe tu. - pedi, fazendo beicinho, podia ser que ele assim cedesse ao meu pedido.

-Tu és tão chata. - brinquei. Deitei um olhar mais pormenorizado às duas vivendas até que me decidi finalmente - Escolho a amarela. - apontei. Era grande e bonita exatamente o que procurávamos.

- Eu também gosto muito de ti. - soltei algumas gargalhadas. Peguei no telemóvel marcando o número que estava numa placa na vivenda e passei o telemóvel a Matt. - Vá falas tu. - sorri.

-Mostrar o meu poder de macho. - gozei pegando no telemóvel que ele me estendia. Liguei para o número que a placa indicava e falei com o senhor da imobiliária que marcou a visita para dali a meia hora. Desliguei o telemóvel e entreguei-lho - Temos só que esperar meia hora, é o tempo de ele cá chegar. - informei o que o homem me tinha transmitido.

Estivemos um pouco na conversa e enquanto isso trocávamos uns beijos. Até que um senhor, que aquilo para mim era um rapaz da nossa idade, pareceu de fato e gravata perto da vivenda amarela. -Deve ser aquele. - comentei com Matt. Tirei a minha mala dos braços de traz e saímos do carro, indo até à casa.

Agarrei Philippa pela cintura e caminhei com ela até ao senhor que afinal era um rapaz. Cumprimentámo-nos e ele deu-nos a chave da casa dizendo que podíamos estar à vontade e que se precisássemos de alguma coisa era só chamar - Vamos a isto. - esfreguei as mãos e meti a chave na porta.

Estava ainda mais ansiosa que ele para ver o interior da casa, assim que entramos dava para ver que a casa era bastante grande. Demos uma volta pela mesma, até que depois fomos para o exterior, onde tinha uma piscina. - Desta parte eu gosto mais. - sorri, aproximando-me da piscina que estava coberta.

-Já te estou a imaginar a apanhar um grande bronze. - gozei dando-lhe uma palmada no rabo e agarrando-a por trás - E com essa imaginação vêem outras coisas. - sussurrei num tom provocador.

Percebi logo o que ele queria dizer apenas pelo seu tom de voz. - Matt, Matt... - soltei algumas gargalhadas. - Pode ser que tenhas sorte. - murmurei, fazendo um sorriso rebelde. - Bem, vamos dizer ao senhor que ficamos com esta casa? - perguntei, virando-me para ele e dando-lhe um beijo na ponta do seu nariz.

-Eu sou um homem sortudo. - dei-lhe um último beijo antes de assentir e de caminharmos para junto do homem - Nós vamos ficar com a casa. - informei. Assinámos alguns papéis que ele nos pediu e ele foi-se depois embora deixando-nos a chave.

Passamos logo um cheque para o senhor com o valor que ele tinha pedido da casa. - Parece que já é oficialmente nossa, mas temos de ir falar com a Directora. - comentei, roubando-lhe um beijo.

-Esse vai ser o problema. - revirei os olhos e suspirei - Eu vou candidatar-me a empregos hoje. - disse agarrando na mão dela.

Suspirei lentamente. - Já te disse o que achava sobre isso, e volto a dizer que não devias trabalhar, prefiro que fiques comigo. - resmunguei mais vez, visto que já lhe tinha dito isto várias vezes. - Bem, vamos lá falar com a Directora. - pedi, puxando-o para fora da casa e fechando a porta atrás de mim.

-Eu sei, e nada me desagrada mais do que deixar-te sozinha nesta casa enorme mas é necessário até conseguirmos algum dinheiro. - entrei no carro e coloquei o cinto - Para o colégio então. - fiz sinal de continência.

Soltei algumas gargalhadas. Estava mesmo feliz, apesar de apenas ter 17 anos, quase 18, estava mesmo feliz. Fomos para o colégio, onde fomos directamente para o gabinete da directora.

Entrámos no meu carro e comecei a dirigir até ao restaurante que ela queria. Pelo caminho fomos conversando e ambos nos estávamos a divertir imenso.
- Eu amo-te, sabes disso não sabes? - com uma das mãos que não estava no volante procurei a dela, agarrando-a.
Parei nos semáforos e aproveitei para a beijar mais uma vez e de repente tudo se apagou.

*Byan OFF*

Sentiu-se um grande impacto naquela rua e dois carros embateram um no outro, um deles voando pelos ares alguns metros.

Ia para responder ao Bryan quando senti um impacto no carro e apaguei-me completamente.


Dois carros tinham embatido, e um deles tinha ficado completamente desfeito onde iam dois jovens, certamente namorados. A rapariga era a que se encontrava em pior estado, estava gravemente ferida.
Um grande alarido aconteceu ali e o condutor do outro carro apresou-se a chamar uma ambulância.