Centro Comercial

Deitei também o copinho meu gelado para o lixo uma vez que aquilo já estava mais que derretido - Eu sei que eles vão odiar-me, ninguém gosta da pessoa que tornou o filho deles gay. - olhei para baixo e depois para cima sentindo logo a minha visão turva - Não, não, não. - senti o queixo tremer-me - Tu prometes-te... prometes-te que nunca me irias deixar... - apertei as mãos até os nós destas ficarem mais brancos que uma parede.

-Tu não me tornaste gay - resmunguei revirando os olhos, mas só me apetecia dar-lhe murrinhos para ele ver se aprendia. Voltei a deitar tudo no chão quando vi o que ia acontecer. - E eu cumpro as minhas promessas Derek - disse sentando-me ao lado dele e puxando-o para mim e passando a mão pela cabeça dele. - eu não te vou deixar.

Assenti ao que ele dizia e abracei-me a ele ficando as mãos no seu corpo e ficando tipo lapa. Quando será que chegaria o dia em que eu deixaria de ser estúpido? Nunca. Enterrei a cabeça no peito dele e conti as lágrimas todas que queriam sair. Putas de merda, fiquem já em casa.

Passei a maõ pelo seu cabelo puxando-o e respirei fundo.
-Amo-te Derekzinho - murmurei apertando-o com mais força - E eu não te vou deixar.

-Eu também te amo. - deixei escapar um longo e pesado suspiro. Levantei a cabeça olhando para os seus olhos e beijei-lhe os lábios levemente - Mais que tudo no mundo. - rocei os nossos narizes.

Sorri levemente com o seu beijinho e procurei pela sua mão agarrando nela ficando um bocadinho assim com ele.
-Anda, vamos para o colégio - disse levantando-me e puxando-o para vir ao meu lado.

-Para a nossa caminha? - perguntei fazendo um grande beicinho e arrastando-me atrás dele fazendo um esforço enorme para me manter normal e não parecer triste ou afetado - Quero a nossa caminha.

-Sim amorzinho, para a nossa caminha - disse deixando as sacas todas só numa mão e colocando um braço à volta da cintura dele encostando a cabeça ao ombro dele e ficando todo torto mas não me importei indo até ao carro.

-Tu não estás confortável assim... - brinquei com a mão que estava na minha cintura e fui andando feito zombie até ao carro - Entra que eu guardo as compras. - tirei-lhe os sacos e fui pôr tudo no porta bagagens aproveitando para pôr o saco da sex shop dentro de um dos meus da loja de roupa. Fechei o porta bagagens e fui-me sentar no lugar do condutor.

-Não quero saber- disse beijando-lhe o ombro. Fiz o que ele me pediu indo sentar-me no meu lugar e quando ele fez o mesmo olhei-o.
-Tens a certeza do que queres fazer amanhã? - perguntei.

-Tenho amor. - pus o cinto e liguei o carro - Eu já prometi que te ajudava e vou cumprir a minha promessa. - tirei o carro do lugar de marcha a trás e saí do parque de estacionamento conduzindo para o colégio.

- Vamos comprar a cadeira, eu tenho dinheiro. - respondi a Mel.
- Podemos comprar roupa nova? - disse Jo. Fiquei pensativo e olhei-a.
- Podemos - sorri-lhe e entrámos.

Ri-me.
- A Jo é vaidosa. - brinquei.
Fomos até uma loja à procura de uma cadeira.

Vimos algumas cadeiras ere acabámos por comprar a mais barata. - Ela é vaidosa até dizer chega - ri-me.

Olhei Jo.
- Olha o que ele diz de ti. Tu deixas?

- Se eu lhe bater ela ganha sempre por isso - Jo encolheu os ombros e eu ri-me.

Assenti.
- Eu bato-lhe por ti, sim? Assim eu ganho.

Ri-me à gargalhada - Sim sim, Mel - ri-me mais. - Querem ir aonde agora? - puxei Jaz para mim e beijei-lhe a cabeça.

Coloquei Jo às minhas cavalitas.
- A Jo quer roupa.

- Mas vocês é que têm de esolher, são as mulheres oras - retorqui.

Olhei Jaz.
- Escolhe.

Jaz encolheu os ombros e eu puxei-a mais para mim. - Escolhe tu amor - disse olhando Mel.

Abanei a cabeça.
- Escolho nada. Jo, estás com sorte, escolhe.

- Eu?? - disse jo assustada - Eu não sei o nome das lojas, nunca vim aqui! - olhei Mel
- Escolhe mulher - disse-lhe.

Ri-me.
- Aponta para elas. Também não sei de cor.
Revirei os olhos.
- Não te metas, estou a socializar com a tua irmã. - fiz-lhe uma careta.