Feira Popular

- Isso não significou nada Ariana... Sabes bem o que descobri logo a seguir. Nem sei como és capaz de pensar isso. - comecei a caminhar de costas para longe dela.

Agarrei-o pelo braço, fazendo-o olhar para mim.
- Ele também não significa nada! - informei-o começando a ficar irritada com tudo aquilo. Porra era assim tão difícil acreditar em mim?

Fiz com que ela me soltasse.
- Vai dizer-lhe isso a ele. - apontei para ele que estava a olhar-nos ao longe. - Adeus Ariana. - comecei a caminhar para longe dela.

Voltei a aproximar-me dele.
- Não acreditas em mim? - perguntei, totalmente desiludida com ele, e isso era visível no meu olhar.

Não lhe respondi.
- Desculpa... - afastei-me, desiludido.

Precisa de ouvir aquilo da boca dele.
- Responde-me. - pedi, voltando a ir para perto dele.

- Não. - acabei por murmurar.

Olhei-o fazendo um esforço para não chorar à sua frente.
- Quando decidires aceitar em cima, avisa! - gritei, não consegui evitar e a minha cara encheu-se de lágrimas. Olhei-o mais uma vez e comecei a correr saindo dali, só queria desaparecer.

Mal saí de ao pé daquela rapariga vim parar a uma feira, entrei e fui caminhando, a investigá-la com os olhos.

Boa, ir à feira popular sozinha era uma grande coisa. Respirei fundo irritada por todas se terem cortado à ultima da hora e sentei-me num banco que estava no meio da feira a olhar para um dos carrocéis que eu adorava quando era mais pequena. Depois olhei para a montanha russa, eu até ia se tivesse alguém. Peguei no telemóvel vendo se tinha mais alguma mensagem, mas nada.

Vi uma rapariga sozinha, e por sinal era bonita, e não só. Aproximei-me e sentei-me ao seu lado.
- Se todos os ursos de peluche fossem como tu, já os tinha ganho todos. - Elogiei, com um sorriso.

Olhei para o lado com uma cara estranha e ri-me.
-A sério? Achas mesmo que tens pontaria para isso ou só és convencido? - Perguntei.

Revirei os olhos e coçei a cabeça.
- Posso-te perguntar o teu nome, ou vais-me voltar a responder assim? - Perguntei, agora com um tom mais convencido.

Ri-me por tê-lo deixado todo 'sem saber o que dizer' e encolhi os ombros.
-Não sei - suspirei - não estou muito bem disposta. - coloquei as pernas à chinês e voltei a olhar para a montanha russa - só digo se vieres comigo para ali - estiquei o braço.

Levantei-me e sorri, colocando a mão na sua direção, para que se levantasse.
- Então vamos, desconhecida, quero que fiques contente! - Respondi, com uma gargalhada.

Sorri para ele, que até era bem bonito... bem é pouco. Recompus-me e levantei-me com a ajuda dele. Peguei na minha mala e fomos até à montanha. - Obrigada - agradeci contente dando o dinheiro para os bilhetes.

Fomos á montanha russa e ela pagou os bilhetes. Subimos para a montanha e a mesma começou a andar.
- Não precisas de agradecer. - Respondi, piscando-lhe o olho. - Já posso saber o teu nome? - Brinquei, com um sorriso.

-Chamo-me Ariel - sorri enquanto sentia o fecho a trancar-me. Olhei para ele sorrindo - E tu? - Perguntei tentando-me não me babar com os seus olhos.

- Bonito nome. - Comentei, com um sorriso quase perfeito. - Bond, James Bond. - Brinquei, com uma gargalhada. - Na verdade, é Jhon. - Respondi, com um sorriso carinhoso.

-Desde que não troques para sereia tudo bem - encolhi os ombros balançando as pernas e percebendo que iamos começar a andar a uma velocidade consideravel. - Jhon - assenti - não vou dizer que é bonito, vou dizer que és todo bom.

Olhei-a de alto a baixo, pela segunda vez e sorri, mordendo o lábio.
- Também não estás nada mal, Arielzinha. - Afirmei, olhando para os seus olhos.

Revirei os olhos apesar de não conseguir deixar de sorrir.
-Eu sei, Jhonzinho. - brinquei com ele. Fechei os olhos - oh meu deus, eu vou morrer.

Franzi a sobrancelha, confuso.
- Tens medo de alturas ou assim? - Perguntei, colocando a minha mão em cima do seu ombro.

Ri-me agarrando-lhe na mão.
-Parece que sim - fechei os olhos sentindo o vento a bater-me na minha cara e a levar o meu cabelo atrás.

Senti a sua mão na minha e sorri. A montanha russa começou a ir cada vez mais depressa, e fechei também os olhos.
- Se tens medo, porque vieste? - Perguntei, ainda com os olhos fechados.