Feira Popular

- Claro mesmo, parvo. Nunca te ia trocar, nem pelo Dean, nem pelo Alex. - ri-me e dei-lhe a mão. - E agora deixaste-me 'chateada' por isso vais ter de andar a perseguir-me no teu carrinho. - deitei-lhe a lingua de fora e fui comprar fichas para nós andarmos nos carrinhos de choque.

-Acho bem que não. - sorri dando-lhe um beijo na cabeça - mas tu consegues-me deixar inseguro - tirei as fichas da mão do homenzinho e repartias.

Peguei nas minhas fichas e voltei a deitar-lhe a lingua de fora. - Obrigada pela confiança em mim. - virei-lhe as costas e entrei para um carrinho azul. Guardei as fichas no bolso e tirei uma para andar já.

-Não é isso - revirei os olhos - eu confio... - calei-me quando a vi ir para o carro e fiz o mesmo colocando-o a primeira dentro do carro. Assim que me deixaram avançar fui bater no carro dela - eu confio em ti. - disse indo contra ela constantemente

Comecei a fugir dele quando ele veio bater no meu carro várias vezes. - Já se percebeu muito obrigada. - disse com o carro de um miúdo entre nós. O rapazinho ficou a olhar para os dois e eu sorri-lhe e dei-lhe um encontrão com o meu carro. Ele riu-se e foi fazer o mesmo a outro carro.

Dei um encontrão a um puto que andava meio perdido e fiz uma careta voltando a persegui-la.
-Ashley. - chamei - Não fiques assim comigo. Tu sabes muito bem que eu confio em ti.

- Notou-se. - sorri cinicamente enquanto continuava a conduzir pela pista - Agradeço a confiança em mim em relação ao Dean e aos outros gajos todos.

Resmunguei uma coisa que nem eu próprio percebi e bati no volante quando os putos praticamente me cercaram, até parecia de propósito. Tirei o mini cinto que aquilo tinha e levantei-me indo para a pista. Alguns miúdos tentaram desviar-se, outros conseguiram travar a tempo e ainda houve quem me chamasse nomes, mas eu revirei os olhos e saltei para o carro dela. - Eu confio em ti, não confio neles, não é exactamente o que tu me dizes?

Revirei os olhos quando o vi a caminhar pela pista - Tu és maluco da cabeça? - perguntei quando ele se sentou ao meu lado. - O Dean é meu amigo, por amor de deus! Até é mais do que isso. É meu melhor amigo. É a pessoa que mais coisas sabe sobre mim e que me ajudou em tudo, e tu estás com ciumes dele!

-Eu até podia dizer uma coisa muito foleira, mas não disseste a frase correctamente - resmunguei sentando-me e mexendo-lhe no volante. - eu estou com ciúmes dele porque tu disseste que podia acontecer alguma coisa, mas que só não acontecia por que eu estava contigo. - resmunguei - é o mesmo que eu dizer que só não vou comer aquela loira - apontei - porque estou contigo. - bufei - mas eu só não a vou comer porque te amo. - voltei a mexer no volante mais calmo.

- Perguntaste-me como estaria se não tivesse vindo para cá e reencontrado-te. Eu respondi. - tirei-lhe o volante das mãos - Não me estás ai a ver cheia de ciumes de todas as outras daqui porque tu podias ir comê-las! - revirei os olhos.

Eu não estou com ciumes destes gajos à nossa volta - olhei para eles que alguns olhavam por causa do escândalo que eu fiz. - estou com ciumes do Dean.

- Mas não tens de ter ciumes do Dean! Ele é meu amigo, mais nada! - larguei o volante e levantei-me - Mas whatever. Fica ai com ciumes do Dean ou todo inseguro. Eu estou farta. - revirei os olhos e foi a minha vez de passar pelo meio da pista.

Soltei grito frustrado e bati com a mão no volante indo arrumar o carro e saindo da pista para ir atrás dela. Quando a consegui apanhar agarrei-a pelo braço virando para mim.
-A sério? - Perguntei-lhe ficando por uns segundos parado a olha-la. - Eu tenho ciumes do Dean sim, mas sei muito bem que são só amigos, e não gosto da ideia que se eu desaparecer de vez, por qualquer motivo, ele vem e ocupa o meu lugar. É isso Ashley, pára. Se estás farta apenas não me desculpes. - pedi agarrando-lhe nos seus cotovelos para que ela ficasse frente a frente comigo. - Eu amo-te.

Virei-me para ele e olhei-o nos olhos - Acontece que eu não disse que estaria com ele se não estivesse contigo. Perguntaste-me como é que eu estaria se não tivesse vindo para cá e eu respondi-te. Fui sincera, mas da próxima vez digo que me andava a prostituir nas ruas de Londres. - revirei os olhos. Suspirei irritada e puxei-o para mim para o beijar. Quando nos separámos, voltei a olhar para os olhos azuis dele - Eu nunca ia conseguir ficar farta de ti ou chateada contigo meu estúpido. E eu também te amo mas tens de deixar o Dean na vida dele e nós na nossa vida. - mordi-lhe o lábio inferior - Está bem?

Assenti com as mãos na cintura dela puxei-a para mim para a abraçar.
-Está bem, desculpa. - pedi pela milésima vez desde que começámos a ter uma relação séria. Dei-lhe um beijo na bochecha e olhei-a. - Vamos para casa ou ainda queres andar em mais alguma coisa?

- Estás desculpado. - sorri e beijei-o. - Não... quero ir embora... - dei-lhe a mão e encostei-me ligeiramente a ele - Estou cansada...

- Então anda - disse abraçando-lhe as costas e andando a um passo lento até ao carro. Dei-lhe a manta habitual e dirigi até o colégio.

Aquilo custava-me muito mas sinceramente não acreditei na história dela. O olhar deles foi forte demais para serem apenas amigos. Esfreguei a cara com ambas as mãos e saí dali.

Saímos do colégio e guiei-a até a uma feira popular que havia perto do colégio.
- Espero que gostes disto.- declarei sorridente assim que lá chegámos.

Fiquei espantada com tudo aquilo. - Espera aí, eu estou cá há mais tempo que tu e ainda não conhecia isto. Como é que descobriste? - perguntei curiosa.

Ri-me, fazendo-lhe uma careta.
- Internet, conheces? - brinquei.

- Não, não sou um rato de biblioteca. - fiz-lhe uma careta e cruzei os braços.
Vi um homem que vendia algodão-doce e veio-me água à boca. - Ai, eu tenho mesmo de ir ali comprar algodão-doce! - exclamei e corri até à pequena barraca.

- Ei, estás a querer dizer alguma coisa com isso? - empinei o nariz.
Ri-me quando a vi correr em direcção à barraca de algodão doce e seguia.- Na na eu pago! - disse quando a vi tirar a carteira. Paguei o algodão doce, entregando-lhe.

- Não, só que és um rato de biblioteca. - disse quando ele chegou à minha beira e mostrei-lhe a língua. - Não pagas nada. - era tarde demais, ele tinha acabado de pagar e estava a entregar-me o algodão doce. - Da próxima vez pago eu! - resmunguei e ofereci-lhe um bocado.