Cozinha

-Eu não vou a lado nenhum Philippa. - disse ele espreitando para bebé. Apertei-a melhor nos meus braços - Eu vim aqui ver a minha filha e quero levá-la comigo para a casa dos meus pais por uns dias. - informou não largando aquela expressão sorridente irritante.
-Espera aí, espera aí tu não vais levar a minha filha para lado nenhum! O lugar dela é ao pé da mãe e do pai, que sou eu! - tentei manter-me mais calmo por causa da bebé.

Fui até a porta e indiquei-lhe a rua.
- Tu andaste a drogar-te só pode. - resmunguei apesar de saber que este era o ponto fraco dele e ia fazer porcaria em tocar no assunto.
- Vá atira-me isso para a cara mais uma vez. - resmungou já todo passado e aproximou-se se mim o que me fez recuar e bater com as costas na porta.
- Vai-te embora. - pedi de novo, mas ele não parecia convencido a ir-se embora.

-Olha é assim tu vais sair da minha casa e é agora porque eu posso chamar a polícia. E até haver um teste de paternidade que prove o contrário a Sophie ainda é a minha filha. - passei-a para os braços da mãe e dei um beijo na testa da mesma - E agora sai daqui antes que eu me passe! - agarrei-o pelo colarinho bruscamente e depois larguei-o vendo-se ir embora.

Fechei a porta o vê-lo ir embora e olhei para Matt aproximando-me dele.
- Aposto que foi a estúpida da minha irmã que lhe contou onde estava. - suspirei lentamente.

-O que ele disse é verdade? - perguntei assim que ele se foi embora não ligando ao que ela dizia - A Sophie é minha filha, ou não? - perguntei com um ar magoado. Tudo o que eu tinha feito por ela e agora ela poderia ter-me mentido este tempo todo.

Voltei a suspirar quando ele me perguntou aquilo...
- Pensei que não tivesses dúvidas disso. - acabei por dizer, um pouco magoada, por talvez ele não confiar em mim. - Se quiseres fazer o teste faz, não tenho nada a esconder. - murmurei num tom normal.

Suspirei também e olhei para elas as duas: as minhas duas princesas - Tens que compreender o meu lado... - encostei-me à ombreira da porta - Aparece aqui um gajo a afirmar repedidamente que é o pai verdadeiro da minha filha... Eu estou assustado. - confessei baixando o olhar.

Aproximei-me dele e fiz com que ele olha-se para mim.
- Amor, faz as contas, à dez meses atrás estava contigo, e não com mais ninguém. - murmurei. A Sophie ainda só tinha um mês, mas parecia que já tinha passado tanto tempo. - E vê-la como é parecida comigo. - pedi, sem deixar de sorrir. Acabei por passar a minha mão pelo braçinho despido de Sophie.

-Está bem desculpa. - passei-lhe a mão à volta da cintura e abracei-as às duas - Mas eu quero fazer o teste na mesma. - queria falar tão depressa para ela não perceber mal que me atrapalhei todo - Para se ele voltar eu poder espetar-lho na cara. - expliquei-lhe beijando-lhe os cabelos.

- Tudo bem, se quiseres ainda podemos ir tratar de isso hoje. - sorri levemente e ouviu-se a minha barriga fazer um pequeno barulho o que me fez fazer uma pequena careta.
- Vamos comer qualquer coisa. - murmurei agarrando na sua mão e puxando-o comigo para a cozinha.

-Sim. - assenti - Estou ansioso de esfregar na cara daquele anormal que a bebé é minha! - exclamei pegando na mão de Pippa. Fomos para a cozinha e eu larguei-a voltando a ir fazer o que estava fazer antes de Danniel aparecer - Eu estava a fazer-te uma supresa mas alguém estragou. - revirei os olhos.

Fui ver o que ele andava a fazer ali de volta do fogão e sorri ao ver o que era.
- Não faz mal, agora deixas-me ajudar-te. - murmurei com um sorriso fofo para que ele não negasse ao meu pedido.

-Era suposto ser o meu pequeno almoço fofo para ti e tu queres ajudar-me? - revirei os olhos e continuei a preparar tudo apontando-lhe a gaveta das toalhas - Podes pôr a mesa e já estás com muita sorte. - deitei-lhe a língua de fora.

- Era só uma ajudinha, mas já vi que não deixas. - murmurei fazendo-lhe uma careta. - Depois queixa-te. - provoquei-o rindo-me.
Peguei na toalha e comecei a por a mesa.

-Eu não me queixo meu amor, mas hoje é o meu dia de fazer o teu pequeno almoço. - sorri-lhe. Pus a comida toda nos pratos bem arranjadinha e levei-os para a mesa. Puxei a cadeira dela para trás e apontei-a - Sente-se princesa. - ri-me.

Sorri-lhe embaraçada e acabei por me sentar na cadeira. - Já vi que te esmeraste. - sorri de novo, ao ver o que ele tinha preparado para o nosso pequeno almoço.

-Bem...eu tenho as minhas qualidades. - ri-me e sentei-me no banco em frente ao dela - Eu nem sei o que é que vou comer. - olhei para tudo aquilo um bocado indeciso e acabei por tirar um bocado de pão.

Voltei a sorrir-lhe e desviei o meu olhar por breves segundos para a alcofa de Sophie, que agora dormia e depois voltei a olhar para ele. - Queres ir fazer o teste hoje...? - perguntei, enquanto tirava uma torrada e a barrava com manteiga.

-Sim. - assenti apercebendo-me da reticência na sua voz - Tem calma amor, nós sabemos que a Sophie é minha filha o teste é só para termos alguma coisa com que argumentar em tribunal se ele quiser levá-la. - tentei acalmá-la.

Suspirei e acabei por assentir com a cabeça. - Tudo bem, mas espero que ele não queira ir a tribunal . - fiz uma careta. Odiava esse tipo de coisas. Dei uma dentada na minha torrada e voltei a olhar Matt.

-Quando ele nos vier chatear outra vez e vir que eu tenho provas de que ele está a mentir tenho a certeza que ele se vai pôr a andar e nunca mais o vamos ver. - comi o meu bocado de pão até ao fim e tirei mais um pouco.

Acabei por sorrir-lhe levemente. - Espero mesmo que sim. - concordei com Matt. - Nunca pensei que aquele parvalhão viesse atrás de mim. - acabei por admitir muito sinceramente.

-Mas não te preocupes. - aproximei-me dela e rodeei a sua cintura com os meus braços - Ele não vai chegar perto de ti nem do nosso anjinho nunca mais. Eu não deixo. - beijei-lhe a testa carinhosamente.

Era difícil não me preocupar quando alguém queria levar a minha filha... - Desde que não chegue perto de Sophie, está tudo bem. - sorri-lhe, fechando ligeiramente os olhos ao sentir os seus lábios sobre a minha testa.

-Achas que eu, o super pai, deixava alguém tocar com um dedo que fosse nas minhas meninas? O meu dever é proteger-vos e é isso que estou a fazer. - pus um braço à volta da sua cintura e puxei-a para um abraço.