Quarto da Marie

Ele resmungou quando lhe puseram a chucha e ela só foi parar à minha cara. Olhei para July com um suspiro e voltei a encosta-lo a mim.
-Estás a ficar muito mimado.

Mordi o lábio, soltando uma gargalhada quando Chris atirou a chupeta para a cara de Keith e deixei-me ficar sentada a fazer-lhe festinhas numa mão.
- Tenta adormecê-lo, pode ser soninho.- encolhi ligeiramente os ombros.

Encostei-o novamente a mim e dei-lhe festinhas na cabeça. Levantei-me começando a andar de um lado para o outro e vi-o fechar os olhos.
-Ficas resmungão agora é? - perguntei.

Deixei-me ficar sentada e segui-os com o olhar, sorrindo levemente ao perceber que tinha acertado.
- Acho que já estou a apanhar o jeito.- coloquei o cabelo todo para um lado, sorrindo muito.

Olhei para July e sorri-lhe assentindo.
-Estás preparada para ser mamã dele - disse voltando a andar de um lado para o outro enquanto ele bocejava e se agarrava a mim.

Mordi o lábio com força com o que ele disse e tapei as bochechas com as mãos quando as senti começarem a ficar quentes.
- Achas que ele me quer para mamã dele? - perguntei baixinho.

Olhei-a com a sua pergunta e assenti com a cabeça.
-Tenho a certeza que sim - disse deitando-o nas braços embalei-o encostando-a a mim.

Sorri muito com o que disse e assenti, agarrando-me a uma das almofadas. Não disse mais nada, não querendo fazer barulho, e fiquei à espera que adormecesse.

Ele enfiou a cabeça no meu peito e resmungou baixinho. Sorri beijando-lhe a testa e fui leva-la à cama de Marie deitando-o lá cheio de almofadas para que não caísse.

Fiquei a vê-lo sair e depois levantei-me, pegando na minha guitarra que estava encostada a um canto. Fui para a varanda e sentei-me no sofá, começando a tocar baixinho para matar as saudades.

Quando voltei à varanda sorri quando a vi com a sua guitarra. Sentei-me ao seu lado em silêncio e fiquei a passar a mão pelas suas madeixas enquanto a ouvia-a.

Desviei o olhar para a porta quando senti a presença dele e sorri-lhe, não deixando de tocar. Comecei a tocar a música em que andava a trabalhar e cantarolei baixinho.

-Não cantes baixinho - murmurei sorrindo levemente - canta alto - encostei a cabeça ao sofá ficando a olha-la.

Mordi o lábio, sorrindo envergonhada com o seu pedido mas acabei por ceder. Eu já tinha cantada para ele, mas sentia que agora alguma coisa era diferente. Toquei o acorde que ligava com o refrão e comecei a cantar, mais alto.

Sorri ganhando espaço mas não a incomodando e fechei os olhos enquanto ela cantava.
-Mais - pedi quando fez uma pausa e ri-me.

Acompanhei o acorde final com a minha voz e comecei a rir-me quando pedi mais.
- Gostas? - perguntei baixinho enquanto o olhava apesar de estar de olhos fechados.

Abri os olhos quando me perguntou se gostava e assenti com a cabeça.
-Gosto, tens talento - murmurei passando a mão pela sua.

Mordi a parte de dentro da bochecha com um sorriso e encolhi ligeiramente os ombros.
- É pena ninguém me querer.- suspirei e recomecei a tocar.

Juntei as sobrancelhas com o que ela disse a abanei a cabeça.
-Não te querem como? - perguntei - Editoras? - aproximei-me dela beijando-lhe o ombro.

Olhei-o e assenti, pousando a guitarra no chão, encostada à perna do sofá.
- Sim, eu acho que é por não ser boa o suficiente.- encolhi ligeiramente os ombros e aconcheguei-me nele.

-Isso não é verdade - encolhi os ombros - já foste falar com elas? - perguntei encostando-a a mim e fechei os olhos encostando a mim.

Olhei para cima, dando-lhe um beijinho no queixo e encolhi os ombros.
- Aqui não, mas as com as quais falei, a única coisa que me diziam era: ligo-lhe depois.- fiz uma voz toda estranha.- mas nunca chegaram mesmo a ligar.- fiz uma careta.

-Não procuraste nas boas - encolhi os ombros - se tentares mais consegues - sorri - nunca desistas do teu sonho - beijei-lhe a bochecha - quando tinha oito anos não conseguia encestar e agora sou um dos que faço mais pontos. - suspirei quando disse agora e virei a cara olhando em volta.

Levantei o olhar para ele e sorri levemente, assentindo.
- Eu sei, eu não vou desistir.- abanei a cabeça levemente, voltando a encostá-la no seu peito.- ei, não fiques assim.- toquei-lhe no peito e beijei o mesmo depois.- porque é que tu não tentas arranjar algo que substitua o basket? Algo que também gostes e que possas fazer.- encolhi ligeiramente os ombros.

Olhei-a quando disse para não ficar assim e encolhi os ombros cerrando o maxilar logo depois.
-Porque não há nada que substitua o basket - disse fixando-me num ponto - eu não tinha nada quando comecei e quando comecei a ter tudo a coisa mais importante que tinha desapareceu. Não é justo. - abanei a cabeça.