Casa assombrada

As gémeas voltaram a aparecer à minha frente - Avisar do fogo? - repeti as palavras de uma delas - Vocês morreram porque a casa ardeu, nós só vamos morrer se vocês continuarem com isto!

Passei a mão pelo seu braço, que estava frio. - Queres voltar lá para dentro? Estás a ficar fria. - perguntei.

Olhei-o enquanto ele dizia aquilo e quando senti os seus lábios contra os meus, em vez de me afastar como o faria provavelmente numa outra situação puxei o seu rosto mais para mim e aprofundei mais o beijo. Se ia morrer ao mesmo morria a beijar uma coisa boa^^.

-Sim... - murmurei e levantei-me, dando-lhe a mão. - Anda.- sorri e suspirei.

Aceitei a sua mão e puxei-a mais para mim. - Já sabes, quando quiseres ir diz... - relembrei antes de entrar-mos dentro da casa.

Desprendi-nos do beijo e olhei-a nos olhos. - Epá tu és... epá nada quero lá saber - deixei tudo cair ao chão e beijei-a outra vez, mas desta mais intensamente. Fiz com que as nossas linguas se entrelaçassem como se fossem um casalinho.

Assenti e sorri. - Voltamos. - avisei-os. -O que se passa?- perguntei rindo-me. -Isso Agnes, faz-te ao bife. - soltei uma gargalhada novamente.

Olhei em volta, havia uma racha no tecto com uma luz forte que era dificil de olhar, e as luzes acendiam e apagavam-se, aquilo parecia um filme de terror... Aproximei-me de Rose, puxando-o para mim.

Senti mais uma vez os seus lábios contra os meus e a sua língua com a minha. Prolonguei o beijo até que ouvi a voz da Rose com os seus comentários-.-. Separei o beijo. - Já chega... - murmurei ofegante e olhando para os seus olhos.

Puxei Ash para mim quando a vi falar sozinha e respirei fundo.
-Fogo sou o único que estou cego? - resmunguei olhando para Rose e David que estavam de novo dentro de casa.

- Ok como queiras... Agnes - fiz uma cara de tarado e fingi que me estava a babar o que me fez rir que nem um parvo. Ouviu-se uma voz aguda um pouco perturbadora. - Epá devem estar a gozar comigo! Isto é o quê? FlashPrank? Não há crise? Apareçam lá com as câmaras fogo - resmunguei elevando os braços. De repente um vulto dirigiu-se a mim e atirou-me contra a parede, apesar de não me ter aleijado, de não ter ficado com um arranhão. - Pronto já me calei - revirei os olhos ainda no chão.

Aquilo voltou tudo a descontrolar-se e de repente o Kale foi "empurrado" contra a parede. Engoli em seco cheia de medo do que estava ali e do que nos estava a fazer. Corri até ao Kale aninhando-me ao seu lado. - Estás bem? - perguntei enquanto os meus olhos percorriam a sala.

- OH JESUS! - puxei o David. - Acho...melhor...ahmm...irmos.- arregalei os olhos com tudo o que se estava a passar e tremeliquei das pernas, o medo estava-se a apoderar de mim.

Peguei na minha mala e meti rapidamente todas as bolachas lá para dentro. - Alguém precisa de boleia? - perguntei já a porta da casa, enquanto Rose me puxava para o meu carro.

Levantei-me com a ajuda de Agnes e sacudi o pó da minha roupa - Sim estou - tranquilizei-a. - Mas a minha mãe não caga dinheiro para comprar máquinas de lavar roupa oh suas FEIOSAS - resmunguei alto e num impulso baixei-me tipo jackie chan caso me atirassem alguma coisa a cara, algo que não aconteceu.

-Adeus gente! - murmurei ainda a tremer, engoli a seco. -Mother of God...viste ? - perguntei incrédula enquanto me tentava abstrair. - Não vou dormir durante dias- murmurei, olhei novamente para a casa e aproximei-me do seu carro.- Desculpa, tu provavelmente querias era estar lá dentro, oh volta a sério!- murmurei.

Abri o carro, a abri a porta para que ela entrasse, assim que entrou fechei a mesma. Coloquei a mala no porta babagem e entrei também. - Rose, não sejas parva... - resmunguei pondo o carro a trabalhar. Conduzi até ao colégio.

- Ainda bem. - disse para o Kale enquanto os meus olhos continuavam a percorrer a sala tentando preparar-me para se algo acontecesse. As coisas agora pareciam mais calmas, mas sabia que a qualquer momento tudo podia mudar. Vi a Rose e o David irem embora, por um lado o que mais queria era também ir embora dali, mas por outro queria ficar, afinal já tinhamos tudo pensado para ficar ali.

Virei o olhar na direção do Kale que tinha sido empurrado contra a parede e vi a Agnes a ir ter com ele. Quando voltei a olhar para onde estavam as gémeas, elas já não se encontravam lá. Expirei fundo e olhei para o Will - Viste-as?

-Acho que sou o único que não. Elas devem ter medo que eu, tão sexy como sou, as VIOLE - gritei para o o tecto e ele abriu-se mais. Afastei-me ligeiramente com os olhos arregalados e depois a luz voltou. - Hm.. está bem.

Olhei para a porta e vi a Rose e o David a ir embora. Voltei a minha atenção para o tecto que tinha aberto mais um pouco - Elas disseram que estavam a avisar sobre o fogo. Disseram que a casa está amaldiçoada pelo fogo...

-Sim e por causa disso o Kale já está daquele lado, o tecto já está a desabar sobre nós - revirei os olhos - Elas são é altas falsas. - Revirei os olhos - são gajas.

Revirei os olhos - Will, estás a dizer que as gajas são falsas a uma gaja... E pára de falar mal delas! Já abriram mais o tecto daqui a bocado morremos subterrados.

Olharam a rapariga, aproximando-se dela.
- Ouve... Quer dizer, tenta perceber... - começou Ally. - Esta casa é adepta do fogo. Nós morremos queimadas. Todas as famílias aqui morreram queimadas.
Aproximaram-se da fogueira.
- Não somos nós. É o fogo que está a fazer tudo isto. Acredita. Diz isto aos teus amigos!
Voltaram a afastar-se.
- Nós só queremos avisar. Se querem morrer como nós, o problema é vosso.

Aproximei-me dela com um suspiro.
-Desculpa, - pedi - foi instintivo - puxei-a para o sofá porque a minha perna já estava a doer e eu não aguentava muito mais tempo em pé. Olhei para o tecto e a seguir para ela. - Nós estamos aqui apavorados porque podemos morrer mas ainda não fizemos como a Rose e o David - disse-lhe sentando-me com uma careta por causa da dor no sofá. Quando estava sentado percebi que Ash tinha ficado parada a meio da conversa enquanto parecia ouvir alguma coisa. Semicerrei os olhos fazendo força para ver alguma coisa mas nada. Não via nada a não ser a luz a tremer de novo e as janelas a baterem.