Bar de altérne

Encontrei um bar de alterne e entrei arranjando ganza logo à entrada. Fui fumando e vendo as vistas e sentei-me no balcão virando-me para as dançarinas que se iam mexendo e roçando-se a mim excitando-me e animando-me um pouco mais depois daquela noite. mas agora, agora não podia fazer sexo com elas! foda-se marie, a culpa é tua.

Oh my god, não acreditava onde estava. O gajo tentava que eu fosse para o palco mas eu queria mais bebida. Vi um grupo de gajos nus, e tinham uma pila tão grande.. oh god, Marie a sifilis,controla-te!
Acabei por me sentar no balcão e tirar os sapatos, bebendo e dançando sensualmente, já nem abrindo os olhos. Linda moca e bebedeira..

De repente vi uma rapariga de cabelos longos e morenos a dançar. Mas aquela destacava-se. Era diferente e o seu rosto não me era desconhecido. ENTÃO aquela puta dizia que era eu com a sífilis mas depois andava por aqui a papar os outros também! Cruzei os braços e fiquei a olhar para ela até que ela percebesse que eu ali estava.

Apenas quando ia caindo do balcão por não ver nada é que abri os olhos e vi quem estava à minha frente. Soltei uma gargalhda tipica de bebeda e limpei os olhos, que deviam estar vermelhos.
- Não falo contigo. - E ri-me, saltando do balcão e tentei focar-me no rosto dele. DAMN IT, ele mesmo sendo um estupido era mesmo bom.

Esbugalhei os olhos vendo aquela figurinha triste. Coitada, vê-se mesmo que não está habituada a noitadas... pensei para mim e encolhi os ombros de uma maneira despreocupada. que não estava, já agora.
-Então não fales! - declarei com um suspiro à 'alentejana'.

Mordi o lábio e começou a dor novamente, fazendo-me voltar à realidade. Esqueci que James estava ali mesmo e virei-me de costas, apertando as pernas para passar.Pior, estava com vontade de ir a casa de banho e ia doer-me ainda mais. Inconscientemente, olhei-o em panico e depois abanei a cabeça, tentando encontrar a casa de banho.
-Fuck fuck. -E encostei-me a parede,começando com comichão.

Desmanchei-me a rir, da mesma maneira que os drogados dali, mas eu não estava drogado. ela estava-se mesmo a mijar? A sério, mesmo bêbada.
-Enfim gaja, eu até te ajudava mas tu não me falas... - provoquei fazendo um sorriso traiçoeiro e reencostando-me ainda mais na cadeira.

Não sabia onde me meter, estava tudo a olhar a olhar para mim e este não facilitava. E a merda da vagina doía imenso. Mala, mala, onde esta os medicamentos e roupa suplente. Entrei na casa de banho e vesti a saia que tinha ali com outras cuecas. Lavei a cara e respirei fundo, Marie não faças mais merda e engoli em seco. Quando me voltei, James estava mesmo encostado a mim.
- Não preciso de nada. - E, sensivel como estava, estremeci.

-Ok então... - provoquei pedindo mais uma bebida e com todos os outros gajos ganzados e bêbados que lá estavam a assistir aquele filme, desmanchei-me a rir novamente.

Ainda me tentei aguentar naquele ambiente, mas nem sabia como sair daqui. Esperei uns minutos mas tudo olhava para mim, inclusive aquele parvalhao que era a minha unica hipotese. Contrariando o meu orgulho todo, fui ter com ele e estiquei.lhe uma nota de 50 euros.
-Tira-me daqui. - Disse, não aguentando mais.

Coloquei a minha mão na sua, empurrando-a e abanando a cabeça soltando mais uma gargalhada.
-Eu não quero o teu dinheiro pra nada. - recusei e olhei em volta para os outros cabrões todos - Pronto malta, o show acabou, voltem às vossas vidinhas de merda! - gritei-lhes e coloquei o braço à volta de marie - que continuava a ser uma assassina - e levei-a lentamente e com cuidado até à entrada do colégio.

Tive a sorte de encontrar o gajo mesmo ao balcão. Falei com ele e pedi-lhe o telemóvel, no qual estava ainda o vídeo de marie. Ia sair do bar quando choquei com ela à porta. Sem dizer mais nada, gritei-lhe:
-PROVAS! - e coloquei o ecrã do telemóvel mesmo em frente aos olhos dela.

Vi tudo até ao fim e ia começando a chorar. Só fiz merda, meu deus. Que figuras. E o pior, tinha-lhe pedido ajuda. Apressei-me a limpar as lágrimas e abanei a cabeça, virando costas e parando.
- A sério, queres-me destruir ainda mais? Parabéns , passas-me esta merda e ainda é isto tudo. Maldita hora. - E não resisti a ir tirar um cigarro e fumá-lo mesmo à porta. Esperava bem que ele não aparecesse do nada, porque estava prestes a rebentar. Isto tudo estava uma merda e talvez fosse melhor sair do colégio, eu sabia lá. Nem sabia o que andava aqui a fazer. Funguei e sentei-me junto a parede, damn it. Depois, saí dali sem rumo.

Vi-a a ir embora, de rastos, e senti-me mal por aquilo tudo. Bebi um copo para me deixar levar e me cagar, era apenas mais uma gaja. as pessoas não passam de umas idiotas. e a única pessoa com quem se pode contar é connosco próprios. a vida é uma merda e depois morre-se. isso, essas coisas é que deviam ensinar às crianças. aprendiam muito mais. hoje em dia? hoje em dia é a popularidade e não sei quê. não é que não façam isto, de só confiarem em sí próprias. mas porque fingem então confiar nos outros? as pessoas são uma merda, uma merda e uma merda assim como tudo o resto à nossa volta. nascemos sózinhos, morremos sózinhos e tudo o resto é uma ilusão. uma ilusão. saí dali evitando confrontar o seu olhar.

Recebi uma mensagem no telemóvel a dizer que as 9 tinha de ir trabalhar. Devia estar louca quando aceitei o trabalho. Vesti uma lingerie mais sexy, uma roupa mais provocadora e pus uma mascara nos olhos, ao menos disfarçaria quem eu era e assim não saberiam a minha identidade. Cheguei ao bar e aquilo estava a começar a encher, também não admirava, já era de noite e ainda por cima fim de semana, raio de homens nojentos que pagavam para ver isto e mais nojenta sinto-me eu ao fazer isto. Fui ter com o mesmo rapaz que me vendeu a droga e pedi que ele me apresentasse como Liberty e não pelo meu verdadeiro nome. Liberty servia perfeitamente já que tinha uma tatuagem na anca com um L de liberdade.
Ele encaminhou-me para um sitio, uma especie de camarim onde as raparigas se vestiam e se preparavam para ir dançar. Cumprimentaram-me e todas pareciam ser muito simpáticas, tirando uma ou outra que nem sorriram para mim. Sentei-me na cadeira destinada a mim e maquilhei-me, vestindo uma fantasia que combinava com a máscara. De seguida fui até à casa de banho, onde acendi um charro e com as mãos trémulas, levei-o aos lábios dando um grande bafo. Aquilo estava errado, muito errado. A garganta ardia-me mas os tremores estavam a diminuir, o que era bom. Sentia as pernas mais fortalecidos e um sorriso parvo já habitava na minha cara.
Dei mais uns bafos e já não racionava como deve ser, ao menos conseguiria dançar sem pensar que me estava a despir para aqueles homens, a mostrar o meu corpo a homens que provavelmente quando chegassem a casa iriam foder a pensar no meu corpo ou no de outra das dançarinas. Deitei o charro na sanita e puxei o autoclismo para não deixar provas e sai dali. Ia entrar dali a pouco tempo no palco e não tinha vontade nenhuma de o fazer, mas tinha ou isso, ou morria. Ia dançar uma ou duas vezes no palco, com roupas diferentes e depois ia para junto dos clientes mais importantes que queriam danças mais privadas. Assim que foi a minha vez de entrar em palco, respirei fundo para ganhar coragem e dei um passo para passar aquelas cortinas pesadas num tom de escarlate, possivelmente como estavam as minhas bochechas ou mesmo os meus olhos e assim que a música começou a dar comecei a movimentar o meu corpo, fazendo movimentos sexy's ao mesmo tempo que tirava aquela roupa minima.

Depois do pessoal me ter chamado para nós irmos divertir um pouco, decidimos ir ver como andava o bar de altérne, sim porque nós só víamos.
Deixei o meu carro ainda um pouco longe dali mas não me importei porque tinha vindo sozinho, os outros tinham vindo nos seus carros.
Entrámos todos juntos, ainda éramos cerca de cinco ou seis rapazes, e fomos para o bar. Pedi uma vodka preta e começamos na conversa mas sempre observando a dançarina que dançava, agora uma loira, e claro comentando.

Um grupo de rapazes entrou e eu revirei os olhos mentalmente, não aparentavam ter mais do que 20 anos e já andavam à procura de dançarinas para se poderem divertir.
Já estava apenas de roupa interior e sentia-me bastante envergonhada com o que estava a fazer mas que hipóteses tinha eu ?
Tinha a sensação que havia ali pessoas conhecidas mas a droga tinha-me deixado a visão um pouco turva e a máscara também ajudava na má visão, por isso esqueci aquilo e continuei a imaginar-me a dançar decentemente para uma plateia num palco, em vez de estar semi nua naquela espelunca.

Fiquei por algum tempo a olhar para a dançarina quando vi um L tabuado na sua barriga, porque sabia que Lucy tinha um. Mas certamente ela não iria estar aqui.
Continuamos na conversa até que mudaram de dançarina, desta vez para uma morena.

Finalmente a música parou e eu sai dali, vestindo-me novamente. A vontade de chorar era enorme mas tinha de me controlar porque agora ia para o meio dos clientes, uma responsabilidade maior.
Sai pela porta lateral e comecei a rondar a zona, à espera que alguém me chamasse enquanto rezava que ninguém o fizesse.

A loira veio para o bar, andando por ali, e um dos meus amigos chamou-a apenas para lhe fazer umas perguntas.
Continuei a olhar para ela, sem que ela o notasse.

Um rapaz chamou-me e eu respirei fundo e fui ter com ele, tentando estar sempre com um sorriso mais para o perverso enquanto falava com ele. Até nem tinha sido dificil, visto que ele apenas fazia perguntas e acabou por me pagar uma bebida.
- Obrigada - disse - Já estava a precisar - disse, bebendo a bebida de seguida ignorando o ardor do alcool pela minha garganta abaixo

Aquele sorriso, eu conheci-o de algum lado...
Pedi outra bebida, desta vez um copo de malibu, e continuei a olhar para a rapariga sem me importar que ele reparasse.

- O teu amigo está com problemas ? - perguntei ao rapaz que me tinha oferecido a bebida - Está só a olhar - revirei os olhos. Depois daquele encontro desagradavel que tinha tido com Francis, estava de mau humor e estar ali não ajudava, em nada.

- Meu, para de olhar. - resmungou um deles, dando-me um encontrão. [b - Ahm? [/b] - perguntei visto que não estava atento ao que eles diziam, e foi quando ia olhar para ele quem o meu olhar se prendeu no da rapariga, era Lucy...