Hotel Chocolat 5*

Fiquei ainda mais assustada quando ele saiu do quarto e ouvi de seguida o barulho do alarme. - Eu não vou sair... - murmurei quando ele me disse aquilo e deixei-me ficar ali muito quieta.

- Boa, porque não quero pagar hospitais. - E beijei-lhe a testa, pondo a arma no bolso de tras das calças, saindo do quarto disparado.
Corri as escadas todas e encontrei um homem encapuçado a rondar a caixa do dinheiro, damn it nao sabem estar cá os empregados?! Apontei-lhe a arma à cabeça e ameacei-o que disparava, mesmo eu sabendo que não estava carregada. Mandei-o contra a mesa e fez imenso barulho mas acho que o meu passado obscuro veio ao de cima porque ele se assustou e apenas me pediu 50 euros, mandei.o para o caralho com apenas 5. Se a Marie soubesse que eu tinha pegado numa arma again.. Abanei a cabeça e subi para ir ter com a Annie outra vez.

Fiquei no quarto quando ele saiu. Ouvi uns barulhos vindos de algures no hotel e respirei fundo, tinha-lhe dito que ficava ali. Mas não conseguia... Levantei-me e em silêncio fui-me aproximando da porta até que ele entrou disparado no quarto novamente. Dei um salto para trás. - Que susto. Que aconteceu? - perguntei.

Quando voltei ao quarto, quase que embatíamos. Fechei a porta e respirei fundo. O sangue corria-me nas veias aceleradamente, sentia o coração a bater demasiado depressa e sentia a adrenalina a dissipar-se pela minha pele. Já tinha saudades disto, dos tempos em que era um verdadeiro rebelde. Mas não podia, não podia voltar . Tinha feito demasiados erros.
- Entrou alguém aqui, já está tudo bem. - Ela não me podia ver tão stressado.
Arrumei a arma dentro do armário e encostei-me à porta deste, agarrando numa garrafa de água que ali estava. O meu peito subia e descia, com esta aceleração.

- Mas... tu estás bem? - perguntei tentando que a minha voz não soasse preocupada, senão ele ia chatear-me ainda mais. Fiquei a olhá-lo vendo-o todo agitado enquanto esperava que ele me respondesse.

-Optimo, temos de ir dormir. – E entei acalmar-me, olhando para ela.
Ela tinha uma expressão preocupada e isso deixou-me mais ansioso. Respirei fundo e sorri, remexendo-lhe na cabeça. Só precisava de não pensar na adrenalina de ser novamente o fuugitivo.

Suspirei. - Está bem... - encolhi os ombros e fui novamente deitar-me na cama apesar de agora ir ser um bocado difícil conseguir dormir.

Voltei a deitar-me ao lado dela, já mais calmo e suspirei.
- Podes dormir, eu fico a ver se ninguém volta. Não deve voltar mas enfim. - Disse, já sem muita paciência para a picar.

Olhei para ele e sorri levemente. - Está bem. - disse enquanto me aconchegava na almofada. - E obrigada. - agradeci e fechei os olhos na esperança de adormecer.

Sorri, docemente.
-Dorme e cala-te. - E ri-me para aliviar o stress. Senti que ela começava a adormecer e fui trancar a porta para poder dormir. Voltei a deitar-me e ela, aposto que inconscientemente, começou a mexer-se na cama. Apaguei a luz e tapei-a, revirando os olhos e tentei dormir.

- Estou calada... - murmurei ainda enquanto sentia o meu corpo deixar-se levar pelo sono. Ao fim de algum tempo acabei por adormecer.

Acabei por acordar e ela ainda estava a dormir. Espreguicei-me e mandei uma mensagem, a confirmar que estava mesmo no colégio, ou devia estar. Ri-me e mandei a almofada para Annie, para a cabeça dela, rindo-me.

Abri ligeiramente os olhos quando senti uma almofada embater na minha cabeça. - Olha lá. - resmunguei e atirei a almofada para ele. - Deixa-me dormir... - murmurei voltando a fechar os olhos.

- Não, bela adormecida. O pequeno almoço só é servido a esta hora. - Falei-lhe ao ouvido, só para a irritar.
Saltei da cama e ela ainda estava agarrada à almofada, ficava mesmo gira. Remexi no cabelo e fui tomar um duche. Quando saí, ainda de toalha à cintura, ela ainda dormia.
- Ó ANNIIIIE! - Gritei, rindo-me e pondo musica a tocar, encostando-me à porta.

- O pequeno-almoço espera por mim. - disse no gozo e enquanto ele foi para a casa de banho deixei-me ficar a dormir mais um bocadinho. Abri os olhos e sentei-me na cama quando ele gritou. - És mesmo chato tu... - resmunguei.

Ri-me quando a vi levantar-se do nada, peguei na minha roupa e olhei para ela. Eu podia vestir-me nao tinha problemas mas..
-Não queres ir tomar banho ? É que estou quase pronto..

- Sim. - disse e levantei-me da cama indo para a casa de banho. Tomei rapidamente um banho e vesti-me vontando novamente para o quarto. - Estou pronta.

Vesti-me e fiquei pronto, ajeitando o cabelo. Saímos do quarto e deixei-a ir à frete, apreciando o seu rabo. Dei as chaves ao rapaz do balcão, que me olhou desconfiado mas não disse nada. Fomos para a entrada do hotel e, abri o carro.
- Vês como passaste uma noite memorável comigo. - Gozei, andando em frente supostamente para entrar no carro mas, surpreendentemente, ela estava mais próxima o que me fez encosta-la ao carro e olhá-la directamente nos olhos. Muita expressão corporal.

Assim que ambos ficamos prontos saímos do quarto e logo depois do hotel. Olhei para ele assim que chegámos ao seu carro. - Podes parar de ser convencido? Foi uma noite normal... - disse e tentei afastar-me mais dele quando ele ficou tão próximo, mas era impossível visto já estar "colada" ao carro.

Revirei os olhos.
-Whatever. - E abri-lhe a porta de rompante, indo para o meu lugar de condutor. Sentei-me e esperei que ela entrasse, ligando o rádio. - Destino? - Perguntei, secamente, procurando pelo meu maço. A noite passada ainda não fora apagada da minha memória.

Entrei no carro e suspirei. - Colégio... - disse encolhendo os ombros. Olhei para ele que parecia estar todo chateado ou assim. - Que foi? - perguntei.

- nada, só preciso de um cigarro. - Disse. A verdade é que ela me fazia lembrar alguém que não me apetecia muito recordar. Ou melhor, a razão porque me tornara assim. Quando finalmente o encontrei, acendi e abri o vidro. - Queres?

Revirei os olhos, ou era impressão minha ou ele estava a ficar um bocado estranho. - Não... - disse abanando negativamente a cabeça. - Não fumo. - acrescentei. - E tu também não devias fumar... - disse olhando-o.

Fiz um sorriso cínico, mas ao mesmo tempo divertido.
-É só às vezes. Bem madame, rumo ao colégio. - E sorri-lhe, arrancando com o motor para lá.

Chegámos lá e abri-lhe a porta, começando a sentir ja o cheiro a chocolate queimado. Mas esta gente não sabia fazer nada sem a minha ajuda? Bufei e abri-lhe a porta do hotel, indo de seguida para a cozinha.