Ruas

Olhei-o enquanto caminhamos rindo-me com ele. - Depois não digas que fui eu... - ri-me.
*

-Depois se alguém vier perguntar, eu acuso-me - sorri-lhe e continuei a andar e por vezes ia olhando para ela.

Ri-me do seu comentário. - Acho bem que sim, se não estás tramado comigo. - brinquei com ele, voltando a guardar o telemóvel no bolso.

-Ai é? E o que farias tu? - perguntei - Matar-me com superpoderes? - ri-me.

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Fiz uma careta e de seguida uma cara pensativa. - Agora de momento não me vem nada à cabeça... - desculpei-me.

-Sou invencível - fiz ar importante e ri-me ainda mais.

Estávamos quase a chegar ao colégio e eu tinha de inventar uma desculpa para entrar com ela.

Chegamos às portas do colégio e certamente era ali que nós despedíamos. - Bem... parece que ficamos por aqui, a não ser que querias conhecer o colégio.

-Por mim - uffa estás safo - Vamos a isso - sorri - Se quiseres eu levo-te até ao quarto.

Entrámos no carro e ele conduziu até umas ruas, quando parou o carro, olhei-o, dando-lhe um leve beijo de seguida.

Retribui o beijo.
- Não saias daqui. - disse-lhe.
Saí do carro, pegando na carteira e dirigi-me até ao habitual sítio.
- Eii... Vens comprar? - perguntou um rapaz, que devia ter a minha idade.
- Sim. Um saco d'erva. - pedi.
Ele levou a mão ao bolso e fizemos troca por troca: dinheiro por erva.
- És novo cá? - perguntou enquanto contava o dinheiro.
- É, pode-se dizer que sim. Está certo?
O rapaz assenti e saí dali, indo até ao carro e entrando.
- Chega?

Suspirei quando ele saiu, e fiquei a olhá-lo pelo vidro do carro. Esperei até o ver entrar, quando o fez, mordi o lábio.
- Sim. - Assenti, abanando a cabeça.

Abri-lhe a mão e coloquei lá o saquinho.
- Quando vais entregar isso ?

Encolhi os ombros.
- Ainda não sei. - Olhei em frente. - Talvez amanhã... - Murmurei.

Suspirei.
- Vou contigo, ok?

Olhei-o de relance.
- Não, não quero que te aconteça nada. - Resmunguei.

Revirei os olhos e liguei o carro.
- E vou mesmo deixar que te aconteça!

Olhei em frente.
- Não me vai acontecer nada. - Encolhi os ombros, tentando também, mentalizar-me disso. - Ou então, ficas também no carro. - Olhei-o.

Revirei os olhos.
- Eu sou gajo. Sei defender-me bem. - mostrei-lhe a navalha escondida. - E sei proteger-me.

Coloquei a minha mão por cima da sua.
- Então... apenas me acompanhas, não dizes nada, nem fazes nada, okay? - Perguntei, olhando-o.

Bufei.
- Sim, como queiras.

Afastei-me, ficando tipo na ponta do banco. Tinha acabado de se instalar um silêncio entre nós, não sabia o que dizer mais, eu queria que ele não fosse, mas não o conseguia convencer...

Prestei atenção à estrada e liguei o rádio rapidamente.
- Já te disse que estás bastante sexy, certo?

Sorri e olhei-o.
- Já. - Ri-me. - Só por acaso, tu também estás. - Olhei-o de alto a baixo e voltei a rir-me.

Ri-me.
- Eu sou sexy. - provoquei.

Ri-me e dei-lhe um beijo na bochecha, porque ele estava a conduzir.
- Pois és. - Sorri-lhe.