Quarto de Will Grant

Sorri e encostei-me a ele. Deixei-me estar em silêncio enquanto fazia círculos com o dedo indicador na mão dele. Não o queria pressionar, se ele não quisesse falar não fazia mal absolutamente nenhum, mas sabia como era guardar tudo aquilo só para nós.

-Eu quero ir falar com ele - disse-lhe falando do meu suposto pai e não de Kale, olhei para ela - mas não consigo olhar para a cara dele. - admiti - É que, se eu tivesse um filho e depois nós nos zangássemos e tu não me deixasses vê-lo - encolhi os ombros - eu ia vê-lo. Era meu filho!

Suspirei e deixei-me estar encostada ao peito dele enquanto ele falava. - Eu percebo, até porque eu nunca abandonaria um filho e se tivesses um filho, seja de quem fosse, eu nunca te iria impedir de o ver. Isso é demasiado cruel..

-É, mas ele e a minha mãe vêm com essa desculpa - suspirei passando-lhe a mão pelo cabelo. - Parece que a cruel aqui é ela. - deixei escapar.

Suspirei e virei a cara de lado para o olhar nos olhos - Ela pode achar que o que fez era para o teu bem.. que te estava a proteger, daí também só te ter contado à tão pouco tempo..

-E deixou-me dezoito anos na ignorância? Isso não é bom para nenhuma criança, adolescente nem sequer para um adulto - disse-lhe tentando não me irritar de mais, porque ela e a minha irmã eram as únicas no meio disto tudo que não tinham culpa. - Sabes o que é ouvir a tua mãe dizer ao teu suposto pai que não és filho dele? - Perguntei olhando para baixo meio atarantado, não gosta de admitir, mas aquilo tinha-me magoado.

Sentei-me no colo dele e afastei-lhe algum cabelo da cara. - Não, não sei o que isso é porque nunca me aconteceu, por isso não me vou pôr a dizer que sei. - olhei-o nos olhos - Não faço a minima ideia de quais foram as razões que levaram a tua mãe a esconder isto tudo durante dezoito anos mas ela acha que o fez por bem.. - encolhi os ombros - Os pais acham sempre que o que fazem é o que está bem.

Olhei para os seus olhos e sorri ligeiramente para a pôr contente dando-lhe um beijinho nos lábios. - Tens fome? Podemos ir comer se quiseres. - Disse para desviar o assunto.

Sorri encolhendo os ombros. Ele já tinha falado bastante comigo, se não queria falar mais era na boa. Levantei-me da cama e estendi a mãos para que ele se levantasse. - Assim de repente apeteceu-me panquecas. - sorri.

-Panquecas com chocolate e morangos por cima - sonhei semicerrando os olhos e lambi os lábios. - Vamos... onde é que vamos fazer isso? - Perguntei rindo-me.

Ri-me e fechei os olhos por uns segundos - Omg isso é tão bom... - pus-me a pensar - Não sei... refeitório... bar...

-Vamos subornar as senhoras do refeitório e fazemos nós. Quero ver se ficas sexy de avental - ri-me beijando-lhe o pescoço-

Abri a boca - Queres ver se eu fico sexy de aventar? - fiz uma cara triste - Está bem... Se ficar sexy de avental passo a só usá-lo que é para assim ser sempre sexy.

-Tu és sempre sexy Ashley Moore - lembrei-a passando-lhe a mão pelo rosto e pelo seu cabelo - Mas de avental tens que estar ainda mais. Mas melhor melhor, era se estivessem sem roupa - reclamei - é pena estarmos aqui.

Sorri - Acho bem. Não podes ser só tu o sexy de qualquer maneira a qualquer hora do dia. - ri-me - Então querias que estivessemos onde? E que andasse sem roupa onde? No corredor?

-Não - resmunguei - podias estar em minha casa quando os meus pais não estivessem lá e a minha irmã estivesse na escola. - reclamei - Assim não gosto tanto mas continuas sexy e completamente irresistível.- mordi-lhe a orelha e ri-me.

Sorri e puxei-o mais para mim pela t-shirt dele - Isso é um convite? É que olha que um dia destes aceito. - dei-lhe uma mordidela no maxilar - Isso é porque eu sou completamente irressitivel.

-É um convite e nem precisavas dele, podias fazer-me uma surpresa - ri-me beijando-lhe a bochecha e ela mordeu-me o maxilar. - Pois és, não há duvidas sobre isso.

Sorri - Então um dia destes pode ser que tenhas uma surpresa. - voltei a sorrir. - Tu também és. Por isso é que tens malucas obcecadas por ti a drogarem-te. - revirei os olhos.

Abanei a cabeça. - Só existe a doente mental da Frey que me faz isso - resmunguei.
-Vamos fazer as panquecas e tenta esquecer a Frey durante umas horas. - pedi-lhe tocando no rosto.

Sorri e dei-lhe a mão - Toda a gente esquece a Frey com panquecas. - beijei-o e caminhámos para fora do quarto.

Ri-me - Até parece que era só eu que queria. Não é? Quando se fala de morangos tu corres para o outro lado. - ri-me e puxei-o para o quarto. Assim que entrámos, fechei a porta.

-São morangos sardentinha, tenho que correr antes que acabem - disse-lhe com um ar muito sério. Entrámos no quarto e eu puxei-a atirando-nos aos dois à cama.

Dei uma gargalhada. - Eu sei. Continuo a achar que eras capaz de fazer tudo por morangos. - ri-me quando caimos os dois na cama e beijei-lhe o pescoço.

-Faço mais coisas por ti, morangos há muitos. - procurei os seus lábios que estavam no meu pescoço e beijei-a.